Abertura da apresentação no 2°Simpósio de Psicopedagogia da Região Sudeste em São Paulo - Maio de 2010, por Maria da Graça Pimentel - Coordenadora da ABPp-ES
Talvez porque sejamos múltiplos e essa multiplicidade precisa ser atendida por uma atuação que tenha múltiplas facetas;
Porque em algum lugar de nossas vidas nos deparamos com perguntas sem resposta e respostas sem perguntas e quisemos juntar os dois grupos;
Porque a vontade de transformar ficou maior do que a vontade de continuar na segurança de andar por caminhos conhecidos;
Porque gostamos de desafios e de desvelar mistérios e segredos.
Mas, sobretudo porque temos uma vocação muito grande para sermos construtores de redes e daí chegamos à segunda reflexão
Por que sempre estamos procurando nos encontrar, nos reunir em simpósios , congressos, e agora ate virtualmente? Em primeiro lugar porque acreditamos que por mais que queiramos, os nosso saberes isolados não vão ser suficientes para fazer uma evolução ( e não uma revolução) e um novo caminho para a educação. Cada um de nós tem uma história surgida das nossas experiências vividas nos nossos lugares de origem. Historias diversas que, contadas, ajudam a amalgamar novos saberes construídos a partir de olhares e escutas da alma do nosso povo, com toda a diversidade que ele tem. Nesses encontros podemos perceber como desenvolvemos nosso trabalho e perceber o ponto central do que chamamos psicopedagogia. Revestida com as características do lugar onde a exerço, mas com um núcleo, uma essência original. Nesses encontros vivemos esse ponto central e nos alimentamos dele. Encontramos-nos também porque somos de uma mesma dimensão humana e desse lugar percebemos como a vida pulsa – em movimentos de contração e expansão. Movimentos da natureza que começa em nós mesmos, no pulsar do coração que recebe e distribui o sangue gerando movimento e vida, que corre nas nossas veias acordando os nossos elos internos de conexão, que vão despertando e formando uma corrente cuja a força é medida pela sua estrutura de ligação. E aí vale lembrar que a força da corrente é medida muitas vezes pelo seu elo mais fraco. A proximidade favorece o contato e nos faz mais fortes à medida que tomamos consciência do que fazemos parte. E para terminar essa comparação com os nossos ciclos de encontros, com datas marcadas e com tempos determinados, trazemos um texto que foi escrito pelo Fred Jordan, veiculado numa crônica do Millor Fernandes, no século passado em 21 de abril de 1990, no Jornal do Brasil :
Todo ano, no mês de maio, ele vem para a Costa da Califórnia e por ali fica esperando pelo momento em que a maré atinge o ponto culminante. No terceiro dia após a Lua cheia, o plenilúnio, deixa-se levar à praia, precisamente na última onda, a mais alta da maré. A fêmea do salmão então põe ovos na areia molhada para que os machos imediatamente os fecundem.
Logo mais chega a próxima onda, a primeira da maré vazante, que os leva de volta ao mar.Esta já não atinge a mesma altura da praia,onde ficaram os ovos.Somente após quatorze dias, que lá vem de novo a última onda da maré cheia... Alcança os ovos,recolhendo ao mar os filhotes que acabaram de nascer, há poucos minutos. Ano seguinte, no mês de maio, no terceiro dia após a Lua cheia, repete-se o fenômeno: os peixes voltam às mesmas praias para cumprir o mesmo rito da procriação. Também será o mesmo aquele instante
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